Nos últimos dias, centenas de passageiros manifestaram indignação nas redes sociais após o cancelamento da travessia transatlântica do navio MSC Lirica, programada para a temporada 2025/2026. A decisão da companhia de cruzeiros gerou forte repercussão, especialmente por envolver mais de 2.500 viajantes que já haviam adquirido pacotes completos. Incluindo passagens aéreas, hospedagens, traslados e passeios terrestres.
O Que Aconteceu?
A travessia do MSC Lirica, tradicional na programação da MSC Cruzeiros, foi oficialmente cancelada no final de junho. Embora rumores sobre a possível utilização do navio durante a COP30 (Conferência do Clima da ONU), em Belém (PA), já circulassem desde maio.
Segundo relatos de passageiros afetados, mesmo com as especulações em curso, a empresa continuou comercializando cabines até meados de junho. Sem qualquer comunicado oficial prévio de que o navio pudesse ser retirado da rota. A confirmação do cancelamento veio com a justificativa de “problemas operacionais” e, mais recentemente, pela suposta necessidade de manutenção da embarcação.
Recentemente, a MSC informou que por motivos operacionais, alterou a viagem originalmente marcada no MSC Lírica para o MSC Sinfonia . Mantendo datas, duração e itinerário inalterados.
Caso o cliente não aceite a alteração, estão disponíveis as seguintes opções:
- Transferência para outro cruzeiro da MSC, sem taxa de alteração (sujeito à diferença de tarifa).
- Cancelamento com reembolso integral, sem cobrança de multa.
Esta ação, resolveu a questão dos passageiros que haviam comprado trechos para o Brasil. Porém, para quem comprou a travessia, o pesadelo continua, já que a mesma foi cancelada, mesmo com a troca de navio para o Sinfonia, já que há indícios de que o mesmo será deslocado para apoio logístico durante a COP30 em Belém
Reações dos Passageiros
A medida foi recebida com fortes críticas. Muitos passageiros alegam se sentir lesados e abandonados pela MSC.
“Famílias inteiras planejaram suas férias, com férias autorizadas no trabalho, reservas de hotéis, voos e até tratamentos médicos remarcados. O cancelamento veio sem oferecer uma solução concreta ou justa”, afirmou uma das viajantes afetadas.
Ponto de Vista Legal
Especialistas afirmam que, se comprovada a má comunicação ou venda indevida após decisão interna de cancelamento, a situação pode configurar má fé comercial. Abrindo assim margem para ações judiciais individuais ou coletivas.
Além disso, segundo o Código de Defesa do Consumidor brasileiro, a prestação de informações claras e a oferta de alternativas equivalentes são deveres do fornecedor. A ausência de atendimento eficaz pode agravar ainda mais a posição da empresa frente ao público.
E as Agências de Viagem?
Há queixas de que as solicitações de solução estão sendo repassadas à MSC, mas a companhia não estaria respondendo de maneira satisfatória. Essa ausência de retorno tem causado insegurança e frustração em diversos passageiros. Especialmente os que compraram com antecedência e que não conseguem remarcar itens adicionais da viagem.
Conclusão
A situação do cancelamento da travessia do MSC Lirica coloca em pauta temas como transparência, respeito ao consumidor e responsabilidade contratual no setor de turismo. Com a crescente judicialização de casos semelhantes, é fundamental que as companhias e agências envolvidas prestem esclarecimentos formais, ofereçam compensações proporcionais. Evitando desta forma que situações como essa se tornem recorrentes no mercado de cruzeiros.
Para os passageiros afetados, o mais recomendado neste momento é documentar todas as comunicações, procurar canais oficiais de atendimento. Se necessário, ainda, buscar orientação jurídica especializada.
Imagem: MSC Cruzeiros
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